quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

MOSTRA CILDO MEIRELES DE ARTES VISUAIS

Cildo Meireles nascido no rio de janeiro em 1948, é um dos artistas brasileiros de maior destaque internacional , agregado a sua longa vivencia no vasto territorio de nosso país ,está um grande sentido de universalidade
 humana. Um dos principais colaboradores do Neoconcretismo, movimento que rompeu em diversos aspectos com os paradigmas da arte. de acordo com Cildo "O que me atraiu no neoconcretismo foi a possibilidade de pensar sobre arte em termos que não se limitassem os visual."

Em suas investigações Cildo busca tanto explorar os limites da representação, se valendo muitas vezes de materiais diversos e cotidianos, porem impregnados de valores simbólicos, como fósforo, garrafas de Coca-cola ou moedas. Como também a percepção dos espectadores, frequentemente mesclando e incorporando em seus trabalhos os sentidos da audição, do olfato e do tato, ampliando o campo visual da obra e requisitando o envolvimento completo da percepção do receptor. 
Desde TIRADENTES:TOTEM-MONUMENTO AO PRESO POLITICO de 1970, em que o artista queimou dez galinhas vivas atadas a um poste, passando por MISSÃO - MISSÕES: COMO CONSTRUIR CATEDRAIS de 1987, trabalho em que oitocentas hóstias,dois mil ossos e seiscentas mil moedas se amalgamam para criar uma metáfora da violenta aniquilação dos povos da América , até o sutilmente perverso DESVIO PARA O VERMELHO, datado inicialmente de 1967, e remontado e apresentado ao público co
m grande impacto na XXIV Bienal de São Paulo em 1998 e agora entre outubro e janeiro de 2008/2009 na TATE MODERN em Londres, onde o artista recebeu uma grande exposição de caráter retrospectivo.Cildo tem conjugado enigmas, surpresas, paradoxos e contradições, sempre no intuito de desestabilizar o senso espacial e temporal comum, criando obras provocativas , de intensa carga política e dramática.
Para esta exposição foi feito um corte curatorial onde se destacam trabalhos e registros que em sua maioria datam da década de 1970 , e tem como referencia questões de caráter político e territorial como no caso do registro fotográfico da ação realizada no trabalho PAULISTA/97 em 1997, na Av.Paulista, São Paulo, onde o artista aparafusou 100 parafusos de ouro em pedras portuguesa desta avenida ,buscando associar o valor de lastro simbólico do metal e desta avenida ao o que há de mais básico, importante e anódino, o chão onde todos nos pisamos todos os dias. Ou ainda a peça CRUZEIRO DO SUL de 1969/1970, obra em que um cubo de 9 mm de aresta, composto de duas secções transversais :uma de pinho, outra de carvalho, árvores que representam entidades míticas na cosmologia dos Tupis, entidades essas cuja correlação (equivocadamente interpretada pelos jesuítas como Tupã) proporcionava o aparecimento do fogo – por fricção entre as duas madeiras. Este trabalho foi pensado para se constituir sozinho em uma exposição , ocupando uma área de no mínimo 200m2 e será apresentado pela terceira vez no Brasil da maneira que foi originalmente concebido no belo salão do Palácio da Aclamação em Salvador na mostra em sua homenagem "NO TERRITÓRIO VASTO", durante a VI Bienal da UNE, e que foi apresentado pela primeira vez ao público brasileiro na exposição individual intitulada BABEL, no museu da vale do rio doce, Vitória, Espírito Santo em 2006 e no mesmo ano na Estação Pinacoteca de São Paulo,antigas instalações do DOPS, onde hoje funciona um centro cultural.

Por Bernardo Damasceno e Tiago Ribeiro

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